No agro, a presença feminina tem ganhado destaque nos últimos anos, marcando uma mudança significativa em um cenário antes dominado apenas por homens.
A participação das mulheres tanto no campo quanto na gestão e liderança das operações agrícolas, tem crescido de maneira constante, refletindo uma evolução nas estruturas sociais e econômicas.
Além disso, a presença das mulheres no campo também tem se expandido. Embora ainda sejam minoria entre os proprietários de terras e gestores de fazendas, as mulheres têm assumido papéis importantes como agricultoras, pecuaristas, engenheiras agrônomas, pesquisadoras e empreendedoras, demonstrando um crescimento substancial na sua participação em diversos segmentos do agronegócio.
Neste artigo veja a importância e os desafios enfrentados pelas mulheres no agronegócio e como elas promovem o produto ou serviço. Acompanhe!
Principais Conteúdos
O crescimento do papel das mulheres no agronegócio
Que o mundo do agronegócio é um segmento dominado majoritariamente por homens, todo mundo sabe. Mas a boa notícia é que de uns tempos para cá, as coisas têm mudado.
No Podcast “Marketing Digital & Agronegócio” contou com a participação de Kelly Alves, uma profissional com 23 anos de experiência abrangendo diversas áreas do marketing, desde publicidade até cinema e TV, relatou sobre o papel das mulheres no agronegócio, enfatizando a importância da democratização de oportunidades, independentemente do gênero.
A participação das mulheres no campo e na indústria agro, bem como em diferentes setores da sociedade, tem sido crescente: as mulheres estão mais participativas no mercado de trabalho e no controle das operações.
Se um dia as posições de chefia no agronegócio foram exclusivas dos homens, esse cenário tem mudado aos poucos. Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (2018), as mulheres já ocupam 34% dos cargos gerenciais do agronegócio brasileiro.
Participação das mulheres no campo
O número de propriedades agrícolas administradas por mulheres no Brasil mostram muito do trabalho feminino no campo: são 30 milhões de hectares. Mas elas ainda são minoria: 79% das fazendas são geridas por homens (Fundação Getúlio Vargas, 2018).
Essa tendência é mundial. Dados da FAO (2023) indicam que menos de 15% dos proprietários agrícolas em todo o mundo são mulheres, enquanto 85% são homens. Apesar de ainda ser a minoria na gestão das fazendas, os dados mostram que a expressão das mulheres vem crescendo significativamente.
Cargos de destaque entre as mulheres no agronegócio
As mulheres no agronegócio atuam em diversos segmentos do setor do agronegócio como pesquisadoras, aliando a ciência ao campo, pecuaristas, agricultoras, produtoras, engenheiras agrônomas, professoras universitárias, executivas, empreendedoras, entre outros. Isso mostra um empoderamento feminino na agricultura e na pecuária.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG): 59,2% das mulheres que atuam na área são proprietárias ou sócias, 30,5% fazem parte da diretoria e atuam como gerentes, administradoras ou coordenadoras e 10,4% são funcionárias e colaboradoras.
Contribuições das mulheres para a inovação no agronegócio
Nos últimos anos, o cenário do agronegócio tem passado por transformações significativas, com a ascensão das mulheres na inovação do setor, desempenhando um papel cada vez mais relevante.
Os dados do Censo AgTech de 2018 e do Radar AgTech de 2022 revelam uma tendência positiva: o aumento da participação feminina nas startups do agronegócio.
Embora ainda haja disparidades de gênero na liderança dessas empresas, com apenas cerca de 30% contando com mulheres em cargos de gestão, é evidente que estamos avançando na direção certa.
Mulheres Agroinfluencers: Transformando o agronegócio digital
No mundo digital, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental ao mostrar suas rotinas no campo, compartilhar conhecimento e quebrar estereótipos.
Essas agroinfluenciadoras não apenas compartilham suas experiências no campo, mas também estão mudando a cultura das empresas rurais ao introduzir práticas de marketing e vendas mais digitais. Estratégias como o uso de anúncios, parcerias com outras influenciadoras e marcas têm sido adotadas para ampliar sua visibilidade e alcance.
Além disso, muitas delas compartilham aspectos pessoais de suas vidas, como a maternidade e a administração da casa, criando uma conexão mais próxima com seu público através dos stories. Essa abordagem autêntica contribui para mostrar a realidade das mulheres no campo e fortalecer sua presença digital.
Um estudo preliminar conduzido pela professora Marlene Grade, do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destacou que a maioria dos agroinfluencers eram mulheres (69,14%), com média de seguidores entre 5 mil e 170 mil.
Essas influenciadoras vêm enaltecendo a agricultura tradicional e faturando com o marketing de influência, não apenas com produtos ligados à agropecuária, mas também com convites para apresentações em feiras do setor e eventos, além de outros produtos e serviços.
No cenário do agronegócio, as mulheres agroinfluencers não apenas compartilham suas vidas, mas também inspiram e educam, contribuindo para uma imagem mais positiva e inclusiva do setor.
Eventos agro destacam o papel das mulheres no agronegócio impulsionando o progresso sustentável
Eventos que destacam o papel das mulheres desempenham um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e no reconhecimento da contribuição das mulheres em diversos setores, incluindo o agronegócio.
Esses eventos fornecem um espaço importante para ampliar a visibilidade das realizações das mulheres, fortalecer suas redes de apoio e promover oportunidades de liderança. Além disso, eles desafiam estereótipos de gênero e inspiram outras mulheres a perseguirem seus objetivos profissionais.
Um exemplo é o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA). O CNMA é o maior evento global dedicado às mulheres no agronegócio, reunindo anualmente milhares de participantes de todo o Brasil.
Este congresso oferece uma plataforma única para as mulheres compartilharem experiências, adquirirem conhecimentos e fortalecerem suas habilidades de liderança. Ao destacar as conquistas das mulheres no setor agrícola e promover a diversidade e a inclusão, o CNMA desempenha um papel crucial na promoção do avanço das mulheres no agronegócio e na construção de um futuro mais equitativo e sustentável para o setor.
Desafios enfrentados pelas mulheres no setor
Apesar do avanço nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam desafios estruturais e culturais que limitam seu acesso igualitário aos recursos e oportunidades no setor agrícola. Desafios como falta de oportunidades, capacitação e reconhecimento são listados por muitas mulheres como frequentes dentro das carreiras no agronegócio.
A divisão tradicional de papéis de gênero no ambiente rural também contribui para a sobrecarga de trabalho das mulheres, que frequentemente acumulam as atividades domésticas e o trabalho agrícola, resultando em menor tempo disponível para capacitação e aprimoramento profissional.
Já no setor de inovação do agro, as mulheres também enfrentam desafios significativos quando se trata de receber investimentos e acessar oportunidades no setor de tecnologia agrícola.
Estudos mostram que as empresas fundadas por mulheres recebem uma fração dos investimentos destinados a empresas lideradas por homens, e as empreendedoras enfrentam obstáculos adicionais, como o assédio moral e a falta de confiança por parte dos investidores.
Conclusão
O avanço da presença feminina no agronegócio representa não apenas uma mudança positiva nas estruturas sociais e econômicas, mas também uma oportunidade para promover a diversidade e impulsionar o crescimento do setor.
A participação crescente das mulheres, tanto no campo quanto na gestão e liderança das operações agrícolas, demonstra um progresso significativo rumo a uma indústria mais inclusiva e igualitária.
Apesar dos desafios enfrentados, como a falta de oportunidades equitativas e o acesso limitado a recursos e investimentos, as mulheres continuam a superar obstáculos e a contribuir de maneira significativa para a inovação e o desenvolvimento sustentável do agronegócio.